No dia de Corpus Christi, temos um justo feriado nacional e é um dia de parada para cultuarmos o sagrado Corpo e Sangue de Jesus Cristo. A expressão Corpus Christi vem do latim e significa Corpo de Cristo. É uma festa de preceito, isto é, para os católicos, é de comparecimento obrigatório participar da missa neste dia, na forma estabelecida pela Conferência Episcopal do Brasil.
A origem da solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao século 13. A Igreja Católica sentiu necessidade de realçar a presença real do “Cristo todo” no pão consagrado. A festa de Corpus Christi foi instituída pelo papa Urbano 4º com a bula “Transiturus”, de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.
Conta a história que o sacerdote Pedro de Praga vivia angustiado por dúvidas sobre a presença de Cristo na Eucaristia. Decidiu, então, ir em peregrinação ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o dom da fé. Ao passar por Bolsena (Itália), enquanto celebrava a santa missa, foi novamente acometido da dúvida. Na hora da consagração, veio-lhe a resposta em forma de milagre: a hóstia branca transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o corporal, os sanguíneos e as toalhas do altar sem no entanto manchar as mãos do sacerdote, pois a parte da hóstia que estava entre seus dedos, conservou as características de pão ázimo.
O decreto de Urbano 4º teve pouca repercussão, porque ele morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia, na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma é encontrada desde 1350.
O Concílio de Trento (1545-1563), por causa dos protestantes, da Reforma de Lutero, dos que negavam a presença real de Cristo na Eucaristia, fortaleceu o decreto da instituição da festa de Corpus Christi, levando o clero a realizar a procissão eucarística pelas ruas da cidade, como ação de graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública da fé na presença real de Cristo na Eucaristia.
A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituída na Última Ceia, quando Jesus disse: “Isto é o meu corpo que será entregue por vós… isto é o meu sangue da nova e eterna aliança… fazei isto em memória de mim”.
A procissão pelas vias públicas, quando é feita, atende a uma recomendação do Código de Direito Canônico que determina ao bispo diocesano que a providencie, onde for possível. É recomendado que nestas datas, a não ser por causa grave e urgente, não se ausente da diocese o bispo.
Jesus Cristo, antes de sua entrega total na cruz, para a salvação do gênero humano, quis doar-se inteiramente na ceia eucarística, para, assim, permanecer no pão que dá a vida a todos os que dele se aproximarem. Sim, Ele é o Corpo de Cristo, vida para o mundo, atualização da salvação. Pão que nutre o mundo e arrebata a todos da mão da morte. “Os verdadeiros adoradores adorarão a Deus em espírito e verdade” (cf. Jo 4, 23).
Ao participarmos da ceia eucarística, o Cristo se une a nós. E é Ele mesmo que declara: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6, 56). Realmente, ninguém poderá estar em Cristo se Cristo não estiver nele; isto é, Cristo somente assume em si a carne daquele que recebe a sua.
Não tenhas receio ou respeito humano de se aproximar de Cristo e de manifestar sua fé publicamente. Aquele que se envergonhar de Deus, Deus se envergonhará do mesmo na hora do julgamento.
Amem.
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