Ao longo da história, o coração assumiu diversos significados para o homem, passando de centro de toda motivação humana a um simples órgão biomecânico. Na antiguidade, os egípcios concebiam o coração como o centro regulador das dimensões orgânica e espiritual. O “povo de Israel” tinha uma visão parecida com a dos egípcios, mas com diversas combinações metafóricas. O coração é o centro da vida material e espiritual e responsável pelos sentimentos morais e motivações humanas, além de cumprir uma função vital. Na Bíblia, há várias passagens que nos apontam o coração como centro da sabedoria, das disposições psicológicas, da vontade e das paixões da alma. É importante ressaltar que, para os hebreus e os judeus da época, o coração assumia mais um significado de centro espiritual do que vital: é por meio do coração que o homem pode entrar em contato com Deus e Deus fala no coração do homem.
Para Jesus, seu coração era o centro de sua pessoa. Ele, Deus encarnado no meio de nós, se comunicava ardente de amor com seu divino Pai e derramava sua amorosa compaixão sobre aqueles que dele se aproximavam necessitados de cura, consolo ou vida em abundância. A devoção ao Coração Divino de Jesus Cristo começou a ser praticada, em sua essência, já no início da Igreja, pois os santos tiveram muito presente, ao honrar a Jesus, que tinha manifestado seu coração, símbolo de seu amor em momentos augustos. Contudo, esta devoção, em sua forma atual, deve-se às revelações que Cristo fez a Santa Margarida Maria de Alacoque.
Em 1856, o papa Pio 9º anunciou a festa do Sagrado Coração de Jesus à Igreja. Em 1899, Leão 13 consagrou o mundo ao Sagrado Coração. A importância que a Igreja lhe concede atualmente, está sublinhada pela categoria da festa, solenidade de primeira classe, das quais há somente 14 ao ano no calendário. Neste ano, será celebrada em 11 de junho, coincidindo com o Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes e o encerramento do ano sacerdotal.
O cardeal brasileiro Cláudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero, convidou aos 400 mil sacerdotes católicos no mundo a não faltarem ao encontro de 11 de junho em Roma “para oferecer ao papa Bento 16 nossa solidariedade e apoio perante os ataques que está sofrendo”.
Um dia após a solenidade do Sagrado Coração de Jesus, celebramos a memória do Imaculado Coração de Maria. Não temos como falar do Filho sem falar da Mãe. Não podemos celebrar o coração do Filho e não celebrar o coração da Mãe. Essas celebrações mostram um sinal litúrgico da proximidade dos dois corações: o mistério do coração do Salvador se projeta e se reflete no coração da Mãe, que é também companheira e discípula. Se a solenidade do Sagrado Coração de Jesus celebra os mistérios pelos quais fomos salvos, fazer memória do Coração Imaculado é celebrar a participação da Mãe na obra do Filho. A devoção ao Coração de Maria difundiu-se bastante após as aparições em Fátima, onde ela nos pedia a oração e o jejum para que a guerra se findasse.
Entre as muitas e ricas promessas que Jesus fez aos que fossem devotos de seu Sagrado Coração, sempre chamou a atenção a que fez aos que se confessassem e comungassem em sua honra as nove primeiras sextas do mês seguido. É tal, que todos a conhecem com o nome da Grande Promessa.
Que durante o mês de junho, quando lembramos o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria, façamos a experiência do amor, da paciência e de perdoar e ser perdoado. Jesus e Maria nos amaram por primeiro, e agora é a nossa vez.
Mês do sagrado coração, por Dom Irineu Roque Scherer*
*BISPO DIOCESANO DE JOINVILLE
Lembrando a todos que o ano sacerdotal em nossa Diocese Maceió-AL não será encerrado no dia 11 de junho e sim no dia 04 de agosto - Dia do Padre
Um comentário:
Sagrado Coração de Jesus que tanto nos amais, fazei que eu vos ame cada vez mais!!
Obrigada Jesus por Vosso Sagrado e amoroso Coração entre nós!!!!
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